O Dia Internacional dos Canhotos é celebrado em 13 de agosto desde 1976, criado pelo britânico Dean R. Campbell, fundador do Left-Handers Club. A data valoriza essa minoria — cerca de 7% a 10% da população mundial — e conscientiza sobre os desafios que enfrenta em um mundo projetado principalmente para destros (usa a mão direita).
REVISTA VEJA.
Um sujeito da esquerda escrevendo sobre o Dia do Esquerdo. Parece brincadeira. Não sou neutro, não existe a neutralidade, procuro não ser um manipulador.
Ser neutro parece uma covardia, beneficia a posição vencedora. Quando foi criado o Dia do Esquerdo em 1976, ainda não existia o PT e agosto já era o mês do cachorro louco no Brasil. Neste ano, não caiu na sexta-feira. Não há nenhuma insinuação. Dizem os estudiosos que ser esquerdo ou destro se define no útero da mãe.
O feto que chupou o dedo esquerdo certamente será canhoto. Uma maioria significativa chupou o dedo direito. Essas explicações lógicas vieram com a ciência. As preconceituosas são da Idade Média, quem nascia canhoto tinha parte com o demônio, feitiçaria. Os bons ficavam à direita de Deus. Crianças que não eram destras apanhavam até mudarem de mão.
Quantas crianças sofriam violência com a professora alfabetizadora porque eram canhotas. Hoje se respeita a individualidade. Na política, a expressão "esquerda" surgiu durante a Revolução Francesa, especificamente na Assembleia Nacional Constituinte em 1789. Era uma questão espacial.
Os favoráveis à república (revolucionários) sentavam-se à esquerda na assembleia e os partidários da monarquia, à direita.
Canhotinho (Milton Medeiros) no futebol jogou no Palmeiras, foi ponta-esquerda. Não sei se o feto também chupa o dedo do pé esquerdo. Atualmente, o mercado vende instrumentos para os esquerdos, sem preconceito.
Com o tempo, o significado desses termos evoluiu, associando-se a diferentes ideologias políticas. Na esquerda, surgiram ideias como o socialismo, o comunismo e o progressismo, com foco em igualdade social, justiça, direitos trabalhistas e a ampliação do papel do Estado na economia e na proteção social.
A direita passou a ser associada ao conservadorismo, ao liberalismo econômico, à defesa da propriedade privada e a um menor intervencionismo estatal. (IA)
Na política, o senso de lateralidade não é espacial, é ideológico. A esquerda prega que a pessoa viva e deixe a outro viver também. A direita quer tudo para si, dizendo por aí que há até livro publicado, que é estranho ter pobre de direita.
Hélio Consolaro é professor, jornalista e escritor. Membro de academias de letras de Araçatuba, Andradina, Penápolis e Itaperuna-RJ